Taxas nos parques naturais visam proteger zonas de acesso restrito -
ICNB
A presidente do
Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) referiu hoje que a
taxa para pedir autorização para visitar locais de acesso restrito dos parques
naturais é um meio de proteger esses mesmos espaços.
Em declarações à Agência Lusa, Paula Sarmento
começou por frisar que essas autorizações só são necessárias para se visitar as
zonas "consideradas de proteção total", que no passado tinham acesso
interdito.
"Considerámos que é muito difícil
proteger, custear e preservar aquilo que não conhecemos de todo e, na revisão
dos planos, temos estado a permitir que, mediante o cumprimento de algumas
condições e de alguma capacidade de carga, pudéssemos ter acesso a essas zonas
dentro de determinados limites", explicou.
A presidente do ICNB falava na sequência da
manifestação convocada por um grupo de praticantes de caminhada e montanhismo
contra a taxa de 152 euros que o ICNB cobra pelos pedidos de autorização para
se visitar as áreas protegidas dos parques naturais.
O protesto dos praticantes de caminhadas e
montanhismo está marcado para quarta-feira no parque natural Peneda-Gerês e no
Parque e no Parque Natura das serras de Aires e Candeeiros.
Segundo Paula Sarmento, a "verificação
das condições em que essas atividades de visitação são efetuadas implica a
emissão de um parecer e é esse parecer que é referido com o valor de 152
euros".
A responsável explicou que o que o ICNB
pretende também é "controlar a capacidade de carga, o número de pessoas
que estão presentes em cada um dos sítios", e disse que a "análise
que se faz é do percurso que se pretende efetuar".
A presidente do ICNB defendeu que a visita a
essas áreas restritas "devia ser potenciada através de viagens organizadas
por empresas de turismo de natureza" e frisou que os pedidos de parecer
feitos por essas empresas "não são pagos de todo".
"Nesse contexto nem há pagamento de taxa
rigorosamente nenhuma", sublinhou.
Paula Sarmento disse ainda que "em todas
as zonas dos parques que não estejam abrangidas por este estatuto de
conservação não há rigorosamente pagamento nem necessidade de parecer
nenhum".