Ameaça
Número 1: Pesca de arrasto
A indústria
estendeu as suas insustentáveis práticas de pesca às águas profundas e às
montanhas submarinas anteriormente inexploradas, usando uma técnica chamada
pesca de arrasto.
A pesca de arrasto
consiste no arrastamento de gigantescas redes lastradas, ao longo do fundo do
mar. Grandes placas metálicas e rodas de borracha presas a essas redes movem-se
ao longo do fundo e esmagam praticamente tudo no seu caminho. Todas as provas demonstram
que as formas de vida de águas profundas são muito lentas na recuperação de
tais danos, demorando de dezenas a centenas de anos a conseguir fazê-lo – se é
que o conseguem.
Se lhes for
permitido que continuem, os arrastões de alto-mar vão destruir as espécies de
águas profundas antes de sequer termos descoberto muitas das que aí existem.
Podem imaginar o seu funcionamento como guiar uma gigantesca máquina de
terraplanagem através de uma floresta inexplorada, luxuriante e amplamente
habitada, que depois se torna num deserto plano e monótono. É como fazermos
explodir Marte antes de lá chegarmos.
A pesca por arrasto é feita com redes
de malha fina, tracionadas por motores, que revolvem o fundo do oceano e
capturam espécies em fase de desenvolvimento e a flora marítima, sem qualquer
seleção. Em busca apenas do camarão, os pescadores descartam, de acordo com
estimativa da Polícia Ambiental, 70% do total capturado, lançando ao mar já
mortos pequenos robalos, bagres, miragaias, siris e estrelas do mar.
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facebook Setubal quase Esquecida por António Mendes