Temos tido uma semana vermelha, num ano negro
Esta tem sido uma semana vermelha, de um ano negro, em termos de desastres ambientais. Depois do derrame de petróleo ocorrido no Golfo do México, devido à insuficiente segurança de uma plataforma petrolífera operada pela BP, esta semana fomos surpreendidos por outro desastre ambiental de dimensões descomunais, ocasionado pelo derrame de lamas tóxicas de uma unidade de processamento de alumínio em Kolontar na Hungria, originando pessoas mortas, feridas e desaparecidas e uma maré vermelha de lamas altamente poluidoras, as quais deram origem também a que vastos territórios daquele país europeu ficassem temporáriamente interditos à população, com o consequente abandono de sete vilas afetadas diretamente.
O mar de lama vermelha corre agora na direção do Danúbio, o cantado rio azul europeu, com o seu rasto de destruição, sem que os homens consigam deter esta maré destruidora, a qual neste momento está prestes a entrar em território croata, deixando à sua passagem toneladas de peixes mortos e milhares de pessoas e bens afetados direta e indiretamente.
Mais uma vez, a falta de segurança adequada à dimensão do equipamento que se está a operar, está a dar origem a mais uma catástrofe ambiental .
E mais uma vez se pergunta, embora saibamos que a resposta também ninguém a saiba ou queira dar, até quando se permitirão unidades de produção, que são autênticas bombas relógio altamente destruidoras, possam laborar sem que tenham os correspondentes meios de segurança adequados à sua dimensão?
A prevenção não é um luxo, é uma necessidade e fica muito menos caro prevenir do que remediar, só que, este, pelos vistos, continua a ser um “segredo” muito bem guardado que muitas unidades de produção e muitos governos dos mais diversos países do mundo desconhecem, para mal de todos nós.
De desastre em desastre, de incúria em incúria, vamos deixando destruir o nosso planeta, de uma forma assustadora e a um ritmo de tal forma rápido para que deixe de ser altamente preocupante.
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